domingo, 28 de dezembro de 2008

Um amor para toda a vida começa. E na hora nem percebemos...


Quando ou como os animais entraram na minha vida... Acho que a ordem está invertida: eu é que entrei na vida deles, pois, quando nasci, minha família já tinha cães, gatos e outros agregados. Houve um momento em minha infância em que nós tínhamos dois cachorros, dois gatos [pretos], um papagaio(que adorava carne moida na macarronada[devia ser italiano]) e uma sagüi(que foi por uns meses o terror do banheiro da vizinha). 

 Um dos cães era  a mãe dessa gracinha que estou segurando. O pai não era o nosso cão, mas um pastor-lata da vizinhança chamado Delinquente... A mãe era a Lady(nem tão lady assim...), uma teckel-lata. Depois nós ganhamos mais um cão, um pastor belga bobalhão. 

 Já tivemos pombos correios (mas a ECT pagava mal, então, quando foram levar a primeira mensagem, jamais voltaram com a resposta...), tartarugas(há um alerta contra mim no mundo delas: todas que eu pego entram e depressão e suicidam, jogando-se sob os carros, ou têm mortes misteriosas), hamsters, periquitos, galinhas(minha Ema virou o almoço de domingo, mas juro que não a comi!), codornas(que viajaram conosco para Curitiba sei lá por que motivo). 

Enfim, eu sou um zôo ambulante! Agora tenho o Vittorio, meu gato rabugento, o Alvinho, meu mallinois-lata. Tem a Isaura também, mas ela é minha meia-irmã!  

Pat

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Era uma manhã de 1972, e eu, meu irmão e irmã para variar aprontávamos de tudo: de índio a casinha, de Batman e Robin a pique pega. Fazíamos bolo de argila, pratos de argila, copos de argila e enfim, mamãe ficava louca. Papai teve a gloriosa idéia de nos dar um cão – idéias modernas de educação pela responsabilidade, consciência do animalzinho, etc. Tínhamos 5, 4 e 2 anos. Eu a mais velha.

Papai, um sem noção, arrumou um animal de caça: um pointer. Bom, pelo menos corria com a gente direto. E mamãe com mais um baderneiro pra criar. Não dava muito certo, a gente nunca estava limpo, nem nós e nem o cachorro. Comia bolo nos aniversários e rabanadas no Natal. Vestíamos pra festa junina e pro Ano Novo. Pegava e levava pra escola. Ele e os outros que vieram depois.

E a saga começava ali. De lá pra cá não sei o que é viver sem um quadrúpede me cercando. A vida é mais bonita com eles. O mundo é melhor. Às vezes são impossíveis, às vezes eu sou impossível. Nada contra, mas eu não saberia viver com uma tartaruga na minha cama. Ou um peixinho dourado. Viciei nessas coisas chamadas cachorro que na verdade são filhos, amigos, diversão e muita dor de cabeça. Acordar e ver a sala destruída, tomar café da manhã com um pidão babando seus joelhos, voltar pra casa depois de um dia cansativo e ver que você é o mundo dele, e ele está feliz e eufórico de te rever, como se você tivesse viajado pra conchichina seis meses. Não vou contar aqui a minha historia com cachorros, eu vim contar as minhas historias de cachorros

Ale

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Foi em um dia de chuva que ganhei minha primeira filha canina. Filha, não, porque eu era uma criança de sete anos e posso dizer que ganhei a única irmã que tive na vida.
Minha mãe e eu voltávamos da escola escondidas embaixo do guarda-chuva quando eu vi
aquele cachorrinho preto e amarelo dentro da gaiola do aviário.
Larguei a mão de minha mãe e corri para dentro, meus dedos se enfiando por entre as grades tentando alcançar o pêlo fino e curto.
Minha mãe me deixou admirar o animalzinho por alguns minutos e logo quis me levar para nossa casa quente e seca.
Eu lembro do cheiro do aviário, uma mistura de ração, sepilho e vidas dentro das gaiolas.
Lembro também de relutar, os dedos ainda entre as grades, quando o cachorrinho começou a chorar. Admito, sempre fui compassiva. O cachorrinho chorava dentro da gaiola e eu fora dela. A quantidade de lágrimas foi tão grande e o ajuntamento de pessoas para saber o que se passava foi tanto que minha mãe negociou rapidamente o dinheiro que trazia na bolsa com o dono do aviário pelo bichinho na gaiola. E foi simples assim.
Só depois do cachorrinho estar muito bem embalado em uma caixa de sapatos, furada a golpes de tesoura, e amarrada com barbante soubemos que era uma femeazinha pinsher.
Eu bem que tentei chama-la de Bandit, sempre adorei o Jonny Quest,
mas ela acabou sendo a Betty porque na minha opinião a Wilma tinha um marido muito chato.
Convivemos "entre tapas e beijos" dos meus 7 aos 21 anos.
Assim começou um amor que vem me transformando ao longo de meio século e que do fundo de meu coração em parte canino espero que não pare mais.


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